Nas suas músicas, as Decibélicas abordam questões como as contradições, a vida das mulheres, a opressão de género e de classe, relações afetivas, conflitos ideológicos e prespectivas punk sobre o mundo.A sua música foi descrita como “punk de intervenção feminista”[3] devido à sua abordagem irreverente de temáticas tipicamente associadas com as mulheres, como nas músicas ‘Maria’, ‘Televendas’ ou “Vagina Elétrica”, e que de alguma forma confrontam os públicos, típicamente masculinos do punk rock. Ainda assim, a banda costuma usar termos como “as gajas chatas” para se referirem à banda, apropriando, irónicamente, as possíveis críticas. Além disso, o conteúdo das músicas é por vezes ambíguo e interpretável desde múltiplas perspectivas.

Esta música é marcada por um tom cómico e crítico, referindo-se aos habituais discursos de género adotados pelos opressores, que se armam com a ideia de um “Bem Comum”. É notável a pouca representação das mulheres na cena punk-rock Portuguesa, sendo que as Decibélicas são um exemplo de um discurso alternativo, dentro de um contexto musical e social que se afirma como sendo pela igualdade de género, e mais amplamente, marcada por uma crítica à sociedade (e aos valores dominantes do capitalismo e do patriarcado). A investigadora Paula Guerra refere que a presença de temáticas sexistas e misóginas é inegável na cena rock Portuguesa